Consultoria e Assessoria

Pensar como equipe.

Já faz algum tempo que jovens, ávidos pelo primeiro emprego ou por uma melhor colocação no mercado, apresentam em seu currículo uma importante característica, que segundo os especialistas da área é imprescindível: facilidade de trabalhar em equipe.

A idéia de se trabalhar em equipe surgiu no momento em que o homem percebeu que a soma dos conhecimentos e habilidades individuais facilitariam o alcance dos objetivos. A mudança constante das informações e a necessidade de um maior conhecimento motivaram cada vez mais essa forma de trabalho, ou seja, fazer com que um grupo, formado por diferentes pessoas, tenha objetivos comuns.

Mas será que nossos ávidos jovens e até mesmo nós, já veteranos, mas sempre à procura de melhores oportunidades, sabemos exatamente o que significa trabalhar em equipe? Já paramos para analisar que não basta trabalhar em equipe, mas sim pensar como equipe?

Confundimos muito o termo “trabalhar em equipe” com a simples situação de trabalhar com um grupo de pessoas onde se faz parte de uma cadeia de subordinação, com a responsabilidade de passar informações adiante, ou seja, quando participamos de uma engrenagem em que o bom funcionamento da estrutura depende de nosso trabalho. Este tipo de situação é absolutamente comum e dificilmente encontraremos no ambiente empresarial alguém que trabalhe completamente isolado.

A essência de trabalhar em equipe passa muito longe disso.  Mais do que fazer parte de um grupo, trabalhar e pensar como equipe é deixar de lado a vaidade e vibrar pelas conquistas dos colegas e entender que o sucesso deles é seu também. É perceber que aquilo que se obtém, não vem por acaso, mas sim pelo resultado do trabalho de todos. É esforçar-se ao máximo para que toda a equipe cresça, é saber que cada tarefa realizada é para o crescimento do todo, por isso, é preciso comprometer-se em todos os aspectos do trabalho. A “troca” é matéria-prima em uma equipe e, nesse processo, todos, inconscientemente, se alimentam.

Confesso que abdicar da própria vaidade em um mundo ultracompetitivo como o nosso, baseado na imagem, onde o “outro” só faz sentido se viabilizar o sucesso do “eu”, é uma condição muito difícil de se alcançar. Também acredito que, encontrar pessoas que fazem apenas aquilo para o qual foram contratadas, sem se importarem com o que o colega faz, mesmo que isso venha a prejudicar a equipe e a empresa como um todo, não é admissível nos tempos de hoje.

Também não me parece nada plausível os gestores exigirem um desempenho de equipe, com grande participação e comprometimento, quando não a tratam como tal. Ou seja, não indicam caminho algum, não deixam claros os objetivos da empresa, não apresentam possibilidades de crescimento, enfim, deixam os funcionários cegos e sem liderança. Consequentemente se tornarão também “surdos” e “mudos”. E aí, estaremos muito mais longe de construir uma equipe.

Normalmente encontramos nas empresas por onde passamos, algumas pessoas muito dedicadas e comprometidas que fazem parte dos grupos de trabalho. Sempre com um grande esforço para fazer com que a empresa progrida, que vibram com as metas alcançadas, que são interessadas em aprender e que gostam de compartilhar com os colegas seu conhecimento e experiência, enfim, que pensam como equipe.

Porém, devido à falta de percepção e liderança dos donos, aliada à falta de oportunidades de crescimento e à grande pressão do restante do grupo, acabam sucumbindo. Ou tornam-se iguais aos demais, ou vão embora, em busca de outros e mais prósperos horizontes.

Há muito o que se fazer para conseguir formar um grupo que realmente trabalhe em equipe. Além de ter que abdicar do “eu” em pról do “nós”, boa parcela de responsabilidade fica com os gestores ou líderes, que são responsáveis por contratar, capacitar e motivar constantemente seu grupo.

E para nós, jovens ou veteranos, ainda fica a pergunta: será que, alguma vez, trabalhamos epensamos como equipe? Será que nós, enquanto gestores, conseguimos contribuir para a formação de boas equipes em nossas empresas?

Quanto à vaidade, que pode nos impedir, gosto de dizer que “a diferença entre o veneno e o remédio é a dose”. Portanto, encontremos as nossas medidas.

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