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Cadê o sorriso que estava aqui?

Esta semana, lendo sobre a importância do bom humor nas organizações, me senti estimulado a refletir e escrever um pouco mais sobre o tema. Bom humor não é apenas um recurso para melhorar nosso desempenho: é um sinal de saúde mental e física. É natural que estejamos de mau humor em um ou outro dia, mas isso não pode se tornar normal. É da natureza humana e peculiar ao indivíduo ter um dia ou momento ruim (faz parte), não pode ser todo dia, o tempo todo. Quando esse padrão se torna normal, algo não está funcionando bem. Se a alegria e a felicidade são contagiantes e inspiradoras, o mau humor e a agressividade também são. Quando o mau humor vem da liderança, das pessoas que deveriam dar o exemplo e que têm a função de ser referência para os demais, é absolutamente danoso ao ambiente e para a produtividade.

Já li e ouvi dizer que pessoas mais sérias e mau humoradas são mais inteligentes, pois são mais críticas. Pode até ser, de maneira rasa. Até acredito que a racionalidade e a visão realista desnudem tantas mazelas e falhas de si mesmo, das pessoas e das empresas, que gerem pessimismo e ranço constante em pessoas mais exigentes. Mas pergunto: Que real valor e utilidade tem uma inteligência privilegiada que não serve para fazer o presente mais agradável, a vida mais palatável e suportável (para si e para os demais)?

Acredito que para não cair nesta cilada é necessário ter irreverência. Não falo aqui no sentido preliminar da palavra: deboche ou inconsequência, este é o senso menor e comum. Irreverência é o exercício do desapego das verdades absolutas (não fazer reverência a tudo) e também de desacato aos detentores das verdades imutáveis. Sem irreverência não há bom humor, nem criatividade muito menos inovação. Num mundo onde tudo é sério e absoluto, nada pode ser questionado ou desmitificado, só existirá uma certeza: trata-se de um mundo pobre, duro, triste e chato.

Para poder desenvolver a irreverência e o bom humor é preciso ter a mente aberta. Viajar, ler outros autores, mesmo os que sejam antagônicos as suas convicções, ver filmes diferentes, escutar outros gêneros de música, degustar outros pratos e sabores, enfim, sair da própria caixa e tentar entender a caixa dos outros. É assim que se evolui, no universo só evolui o que se expande, é só se expande intelectualmente quem aprende o novo. O igual já se sabe, o diferente é o que se aprende. Mas só se aprende quando a mente e o coração desejam e permitem aprender.

Agora, só pode ter bom humor na vida quem é tolerante: consigo e com os outros. Não confunda tolerância com permissividade, negligência ou passividade com os erros. A tolerância deve ser entendida com o exercício do perdão positivo, aquele que identifica o erro, desapega da culpa infinita e do rancor, não perde tempo com mágoa ou vingança e vai atrás de uma solução assertiva. Sem tolerância a cada evento negativo, erro ou frustração, aumenta o grau de amargura e irritabilidade. Tolerar é inteligência emocional e inteligência espiritual aplicada: quem aprende a perdoar os outros e a si mesmo ganha mais tempo e foco para ir atrás do que realmente importa. A tolerância não garante um sorriso, mas prepara e permite a alma para encontrar para si ou produzir sorrisos nos outros.

Seriedade é agir com o respeito necessário à situação que se enfrenta, nada tem a ver com dureza, carranca fechada, mau humor ou grosseria. Se alguém trabalha com você e precisa ser maltratado para funcionar ou ser eficiente essa pessoa tem um problema. Porém, se você acha que as pessoas precisam ser maltratadas para funcionar e dar resultados o problema está em você.

E a prosperidade? Se você mantiver o seu bom humor, se for mais irreverente, abrir a mente e buscar mais tolerância consigo e com os outros, você estará pronto para prosperar. Se você seguir assim, mesmo que a vida não lhe ofereça todo o ouro e sucesso profissional do mundo, todo o luxo e prazeres, independentemente do tempo que dure sua jornada nesta dimensão, tenha a certeza que a prosperidade estará sempre contigo, porque o que de fato importa é o tempo que lhe foi dado (Gandalf) e o bom uso que você fez e faz dele. O bom humor é a prova diária de que a prosperidade não está apenas na sua conta bancária, patrimônio e projetos, mas, principalmente, dentro de você. Vale, aqui, a máxima de Molière: “Aquele que ri faz da vida uma comédia, aquele que chora faz da vida uma tragédia”.

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