Avaliar o sucesso de uma empresa apenas por sua saúde financeira é uma visão muito simplista e já ultrapassada. Sabe-se que, embora este indicador seja fundamental, ele não garante a sustentabilidade e a perpetuidade do negócio.
Exemplo disso, é que a cada duas décadas, metade das 500 maiores empresas da Forbes costuma sair da lista e que, em muitos países, 40% das empresas não chega ao décimo aniversário, segundo o que apresenta o “Anuário Época Negócios 360°”, na edição de outubro.
Deve-se expandir esta avaliação, somando ao desempenho financeiro também a inovação, a visão de futuro, as práticas de recursos humanos, a governança corporativa e a responsabilidade socio-ambiental. Percebam que os indicadores, ou as seis dimensões, nos levam a olhar para além dos muros da empresa e exigem do gestor muito mais do que habilidades técnicas.
As empresas que se perpetuam primam pelo relacionamento com seus parceiros de negócios e com a sociedade. Elas investem no seu principal ativo, que são as pessoas, e têm uma alta capacidade de mudança. Consequentemente, ao fazer isso, também melhoram seus indicadores financeiros.
A gestão está se tornando mais ampla e o seu sucesso não está apenas em cuidar das receitas e dos lucros. A nova empresa, a que veio para ficar, está sendo construída com paredes de vidro – interativa – e não mais com tijolos – fechada em si.
A avaliação em seis dimensões não é modismo e nem prática de grande empresa. É a nova realidade da gestão brasileira de negócios, decorrente, principalmente, da globalização dos mercados e da estabilização monetária. Quem não ampliar sua visão e não implementar as mudanças necessárias, corre o risco de ficar pelo caminho. É necessário fortalecer todos os pilares da empresa para que ela se sustente.
Para perceber as mudanças e se transformar, é fundamental ter uma visão holística, aberta e analítica. Acredito que esta é a maior dificuldade a ser superada por quem busca ter sucesso, seja na carreira profissional ou a frente de um negócio. Enxergar além do nosso próprio horizonte é tarefa difícil, mas é imprescindível para quem quer criar uma empresa de verdade.
