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A estabilidade produz capacidade!

Posso iniciar este artigo afirmando que a frase tema do conteúdo descrito abaixo vem de um livro muito interessante que fala sobre liderança. Este livro não trata de liderança empresarial, mas da essência de um líder cristão. E o interessante é que isso serve como exemplo para todas as esferas de nossa vida.

E acredito que seja algo passível de reflexão, afinal, muitos de nós vivemos numa gangorra emocional, com altos e baixos frequentes, trazendo de certa forma instabilidade em nossa vida e em nosso trabalho e uma sensação de insegurança na execução de tarefas.

Mas isso não é comum atualmente? Sim, sem dúvida, mas o que é comum não pode ser visto como natural.

Se trabalhamos com pessoas que estão sempre em desequilíbrio emocional, como saberemos como elas reagirão aos desafios ou a situações que exigem uma mudança de postura rápida?

Como líderes, gestores ou profissionais que precisam dar continuidade a processos, temos a sensação de que estamos “pisando em ovos” o tempo todo, concorda?

Um detalhe importante neste processo de reflexão é que não podemos restringir esta análise somente aos profissionais citados acima, mas via de regra, todos deveríamos ter a competência e capacidade de reconhecer quando estamos caminhando na direção errada e fazer as correções necessárias no percurso, sem precisar que outros façam isso por nós mesmos.

Por isso é que quando somos estáveis na maior parte do tempo, conseguimos assumir as nossas fraquezas e nortear de forma mais fácil os próximos passos quando as coisas não dão certo.

Se analisarmos um pouco o que acontece na vida das pessoas, tenho em mente que — entre vários vilões do processo —, dois são realmente importantes e que fazem um estrago enorme.

O primeiro vilão é o condicionamento.

Via de regra, somos condicionados a gostar daquilo que é bom e confortável, e não gostar ou fugir daquilo que em tese “faz mal” ou que gera desconforto. Somos felizes somente em momentos “bacanas”, e nos frustramos, entristecemos ou “piramos” em momentos onde as coisas saem dos eixos.

E isso gera uma profunda instabilidade, afinal, se não temos maturidade para lidar com a mudança, seja ela positiva (por mais incrível que pareça) ou negativa, e isso é cada vez mais presente na vida de todos com uma velocidade supersônica, como vamos manter a estabilidade emocional?

Por mais que tenhamos que buscar o foco o tempo todo, temos que compreender que a mudança é algo inevitável.

Em resumo, muitas vezes nós não conseguimos absorver coisas novas não porque não temos competência para fazê-las, e sim porque escolhemos conscientemente não absorvê-las.

O segundo vilão vem da nossa escolha (e não incapacidade) de não buscar centramento.

Centramento pessoal é estar no seu centro, você está enraizado em si mesmo de tal forma que nenhuma situação ou pessoa seja capaz de desviá-lo. Algo extremamente complexo, porém é uma busca contínua de desenvolvimento pessoal.

Centramento não é concentração. Concentração precisa de esforço. Centramento é ter um alicerce maior, que nos traz uma injeção de resiliência maior não só para superar desafios, mas um equilíbrio para enxergar as coisas de forma mais ampla e com mais clareza. Você não conhece pessoas assim?

Em resumo, não conseguimos nos centrar a maior parte do tempo, já que não temos ou buscamos um centro.

Somos volúveis e instáveis, com convicções e alicerces frágeis.

Podemos fazer uma analogia simples: a um compasso. Vocês lembram do compasso nos tempos de escola? Para que ele possa ajudar a desenhar um círculo perfeito, ele precisa ser firmado em um centro, correto?

Pensem no círculo como ciclos que acontecem naturalmente em nossa vida. Se temos um centro, um alicerce, conseguimos fechar um círculo ou fechar um ciclo perfeito.

Mas o compasso não é automático, ele precisa que você faça o movimento e o esforço necessário para que tudo aconteça.

E na nossa vida não é diferente. Ou buscamos o nosso centro, ou a dinâmica do dia-a-dia assumirá o lugar daquilo que é essencial para o nosso equilíbrio.

E quanto vemos, por consequência, estamos sem norte, sem paz e sem sabedoria para lidar com as adversidades.

Portanto, o título deste artigo faz total sentido. Quando temos estabilidade, conseguimos direcionar corretamente as nossas competências e as dos outros para solucionar problemas e trata-los não como um bicho-papão, mas como algo natural e inevitável na nossa vida. Neste sentido, nos tornamos capazes de enfrentar as coisas com mais tranquilidade.

Quando entendemos isso e buscamos abrir nossas mentes para o novo entendendo que coisas ruins e fracassos fazem parte do contexto, e que destes fracassos ou problemas podem ser extraídas grandes oportunidades, começamos a viver de forma mais estável e equilibrada.

 

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