Você já viu a apresentação daqueles músicos “três em um” que tocam tambor, gaita de boca e violão, tudo ao mesmo tempo e sem desafinar? Pois é, esta pode ser a definição de um pequeno empresário, que compra, vende e produz, sendo responsável por todos os setores de sua pequena empresa.
Este modelo “três em um” é funcional até o momento em que a empresa muda de padrão e cresce, passando a exigir que o empresário migre de músico multi instrumentista para maestro da banda. Esta é a primeira grande transformação que o empresário irá sofrer e nem sempre ele está preparado para delegar e, de certa forma, compartilhar a gestão da própria empresa.
Muitos empresários sucumbem a esta transformação, fundamentalmente porque não passaram por um processo de capacitação que deveria acontecer simultaneamente ao crescimento da empresa.
Para entender melhor essa transformação, imagine que o empresário no início é um taxista que tem apenas um táxi. Como é um carro só, ele mesmo lava, cuida da manutenção e assim por diante. Ao longo do tempo o negócio prospera e ele passa a ter uma frota. Não há como ele dirigir, lavar e fazer a manutenção de todos os carros sozinho, ele terá que montar uma equipe. E nesta nova condição, ele passará a ser um gestor e deverá capacitar-se se quiser que o negócio continue prosperando.
Um dos grandes medos do empresário é o de perder o controle de sua empresa. No entanto, isto só irá acontecer se ele mesmo abdicar desta função, pois a ação de delegar funções, nada tem haver com delegar o poder de decidir pela empresa.
É fundamental que o empresário delegue tarefas, pois só assim ele migrará do âmbito operacional para o gerencial, podendo direcionar melhor o seu tempo para planejar as ações que irão agregar mais ao negócio. É como se o dono da padaria deixasse de amassar o pão para estudar sobre uma nova receita que atraísse mais clientes e aumentasse a lucratividade do seu negócio.
Além disso, quando o empresário insiste em centralizar, ao invés de delegar, ele acaba contribuindo para a estagnação ou até mesmo para o fim do seu negócio. Isto ocorre, principalmente, porque é muito difícil tornar-se especialista em tudo (ser simultaneamente o melhor comprador, o melhor vendedor, o melhor gestor financeiro e por aí a fora) e segundo, porque o dia tem apenas 24 horas e não há tempo suficiente para agir em todas as áreas com a intensidade necessária.
Para delegar sem ter a sensação de estar perdendo o controle, o empresário deverá ser hábil na gestão da sua equipe, desde a fase da seleção das pessoas, passando pelo treinamento e, finalmente, aferindo a eficiência do trabalho desenvolvido através de índices que deverão ser acompanhados para verificar se as ações tomadas estão trazendo bons resultados ao negócio.
É recomendado o auxílio de consultorias voltadas à gestão de pequenas empresas, pois elas já possuem metodologias e ferramentas que irão auxiliar o empresário nesta fase de transformação, de migração da carreira “multi instrumentista” para maestro da banda.
