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esforço no empreendedorismo

Esforço, pra quê?

Quando falamos de alta performance, falamos de dedicação, de entrega, de disciplina. Nessa edição dos jogos olímpicos um tema bastante discutido entre a comunidade do esporte, foi a desistência de uma atleta de ponta, a ginasta americana Simone Biles, gerando uma grande repercussão sobres os limites para se tornar um atleta de alta performance.

 

A atleta declarou o seguinte: “Assim que piso no tatame, sou só eu e a minha cabeça a lidar com demônios. Tenho de fazer o que é certo para mim e tenho de me focar na minha saúde mental. Temos de proteger a nossa saúde e o nosso bem-estar e não fazer apenas o que o mundo quer que façamos”.

 

Obviamente que quem vê o fim, muitas vezes não enxerga o início e o meio do processo. O mundo normalmente não aplaude os nossos esforços, as noites de sono perdidas, o tempo e a dedicação aos estudos e aos projetos, mas nos julga no momento da queda.

 

O conceito padrão é o da imagem que vale mais do que mil palavras e não dos mil esforços que transformam uma pessoa “comum” em um atleta ou profissional de alta performance.

 

Esse é o nosso mundo. Ponto final. Não pensem que isso vai mudar, porque não vai. Obviamente que existem questões muito profundas envolvendo todo esse caso especificamente. Porem, esse gancho é para falar sobre os limites para ser um profissional diferenciado, um profissional de alta performance.

 

Esta questão é tão tênue, que precisamos compreender o conceito de esforço. Esforço é buscar pelo algo a mais, e este algo a mais está relacionado com tempo, dedicação, disciplina, estudo, busca, entrega, uma abertura do campo de visão, uma inquietação natural em fazer sempre mais e melhor. E está ligado, inevitavelmente, ao cansaço físico e mental e a superar limites.

 

Lembrei agora da frase do filósofo Mário Sérgio Cortella, que afirma que “vaca não dá leite, você tem que tirar!”. Fácil? Claro que não! A via do aprendizado e da alta performance é dolorosa e muitas vezes recebemos do mundo informações que sucesso (e quando falamos em sucesso, isso é algo muito particular) acontece com um estalar de dedos.

 

O conceito de esforço hoje é invertido e muitas pessoas compreendem que o “eu” me basta, e que para alcançar os meus objetivos, o mundo precisa se adaptar a minha realidade e não o contrário.

 

Vejo isso na postura de muitos profissionais que estão no mercado. Eles primeiro “querem receber”, para depois entregar (quando entregam!). Estamos entrando numa espiral negativa tão infundada, que os padrões da meritocracia estão sendo substituídos pelo esforço hercúleo dos departamentos de Recursos Humanos em compreender como gerir essa nova realidade.

 

Em resumo, poucos querem esperar, isso porque existe um conceito de que a jornada é mais importante que o destino. Não estou dizendo que o processo não possa ser divertido, mas que existe um processo!

 

Existem etapas naturais que não podem ser excluídas, existem esforços que precisam existir naturalmente para você chegar lá. Estamos superprotegendo as pessoas e isso está gerando um oceano de pessoas desestimuladas e sem propósito.

 

O hoje é a parte mais importante do processo sempre, mas se você não trabalhar o hoje corretamente, o que será do amanhã?

 

Trazendo isso para a prática, o que adianta ter iniciativa e não ter “acabativa”. O que adianta ser um exímio executor e não ter planejamento? O que adianta ser um especialista de coisa nenhuma, entendendo um pouco de tudo, mas sem um foco específico?

 

Não estou falando em ser multitarefa, estou falando de que precisamos fazer uma escolha. Em resumo, estamos recebendo o pesado fardo do estímulo que podemos ser e fazer o que bem entendermos, independentemente se isso afetar ou não as outras pessoas.

 

Tudo pode, tudo é permitido, não existem padrões, regras, e quando não existem regras, impera o caos.

 

Pessoal, não confundam as coisas. Não estou falando de 8 ou 80. A criatividade e muitos outros aspectos relacionados ao aprendizado acontecem em momentos inusitados, que fogem do padrão, mas não podemos criar uma realidade alternativa para sempre. O mix é sempre o ideal, o equilíbrio é sempre importante.

 

O que afirmo aqui é que o esforço, o cansaço e a dedicação são sempre recompensados. Noites de sono mal dormidas são recuperadas, conhecimento e aplicação prática são incorporados ao seu DNA e isso passa a fazer parte da sua vida e o transforma, assim como o ambiente onde você está inserido.

 

Não confundam facilidade com a exclusão total das dificuldades, não confundam liberdade com ausência de responsabilidade. Quando compreendemos isso, tudo fica mais leve, mesmo sendo pesado, tudo fica divertido, mesmo sendo cansativo.

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